Eu romantizei o crack

    Apreciei seu sabor. Achei artístico reutilizar materiais descartáveis como lata de 220mL de guaraná (que carinhosamente batizei de cracKuat após minha mente nada sã satirizar meu ato imprudente), e cinzas de cigarros clandestinos.
    O efeito parecia diferente em mim. Mas eu também fazia diferente. Várias diferenças. Uma delas é  que tudo aconteceu tranquilamente porque minha garota quis conhecer comigo. Eu amaria fazer dezenas de coisas pela primeira vez com ela que ela não tenha feito ou não tenha feito direito.
    Eu ficava "Zen". Ela, calada. Eu não entendia o por quê. Comecei a observar mais, gosto do jeito natural dela. Ela ficava tímida mas logo se acostumou. Seus olhos se abriam aguçados na visão da lata enquanto sugava tudo o que seus pulmões permitiam. Eu observava com entusiasmo e ternura, ora fazendo um breve afago em seus ombros. Ela fazia um biquinho como se estivesse mamando e segurava a abundante e adocicada fumaça por breves segundos, me transportando tudo ao leve tocar de seus lábios aos meus e isso me deixava ainda mais cativado de sentir mais amor e confiança a cada vez que fazíamos isso. Nunca perdia o encanto.

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